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sexta-feira, 21 de março de 2014

Escritor da favela

Eu nasci no morro
No morro eu me criei
Sou filho de preto, de pobre
Sou favelado
Mas não sou lixo de ninguém.

Como se atreve a pensar que não sou digno de ir e vir
Porque não disponho de grandes bens materiais?
És tão pobre de espírito
Que julgas-me incapaz de escrever um bom livro?
Insultando-me com graves ofensas
Calando-me a voz da garganta
Fechando a porta na minha cara
Ameaçando chamar a polícia
Seu preconceito te assombra
Pois não sou bandido
Não sou bêbado
Tampouco fracassado
Não sou como tu pensas
Com a mente desprovida de inteligência

 [De Jussara Carvalho homenagem aos escritores vítimas de preconceitos]

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