Eu nasci no morro
No morro eu me criei
Sou filho de preto, de pobre
Sou favelado
Mas não sou lixo de ninguém.
Como se atreve a pensar que não
sou digno de ir e vir
Porque não disponho de grandes
bens materiais?
Que julgas-me incapaz de escrever
um bom livro?
Insultando-me com graves ofensas
Calando-me a voz da garganta
Fechando a porta na minha cara
Ameaçando chamar a polícia
Seu preconceito te assombra
Pois não sou bandido
Não sou bêbado
Tampouco fracassado
Não sou como tu pensas
Com a mente desprovida de
inteligência
[De Jussara Carvalho homenagem aos escritores vítimas de preconceitos]
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